sexta-feira, 17 de julho de 2009

QUADRINHOS – ROBSON/BAGLEY EM L.J



Recentemente, o escritor Dwayne McDuffie foi demitido do título Liga da Justiça após criticar publicamente a DC Comics, queixando-se principalmente de não poder articular livremente as pratas da casa – entenda-se Batman, Superman e Mulher Maravilha – na revista. Em minha opinião, a verdade é que McDuffie é muito superior em outra mídia, pois os episódios do desenho animando da Liga assinados por ele beiram a perfeição, enquanto que na página impressa, digamos, o “buraco é mais embaixo” (roteiros insossos, “pobres”)... O que nos leva a dupla criativa escolhida para conduzir as aventuras do maior super-grupo do Universo DC: James Robson e Mark Bagley. O que esperar?
Como “apreciador em série” de HQs e DCnauta convicto, estou otimista. Conheci o trabalho do britânico James Robson com a minissérie STARMAN, reformulado após a polêmica saga ZERO HORA. Robson mata David, filho e sucessor de Ted Knight, em menos de três páginas e dá o ponta-pé inicial num novo conceito para o herói das estrelas e bastão cósmico – vemos Jack Knight, caçula de Ted, em uma seqüência épica de fatos que se sucedem para que ele, enfim, assuma seu lugar um herói, felizmente, incomum. Não raramente, escritores ingleses (e das redondezas) são geniais – o trabalho de Alan Moore, Grant Morisson, Mark Millar e Neil Gaiman nos quadrinhos e mesmo na literatura é praticamente indiscutível. Há pouco tempo tive a oportunidade ler a prévia de Cry for Justice, de Robson, e creio que o escritor conduzirá suas tramas pelo viés do questionamento da “prática” do heroísmo – e nesse contexto, a cronologia DC oferece amplas condições para histórias interessantes, uma vez que tantas escolhas obtusas foram feitas pelos heróis ao longo dos anos (em verdade, mais delas decididas pelo cenário mercadológico e sua perversa lógica do lucro máximo que todos envolve, do que ditadas pela a índole ou moral dos personagens). Acho que vamos nos divertir muito com as propostas e apontamento de Robson.
Bagley é sinônimo de compromisso. Recordista, esse desenhista possui uma narrativa dinâmica e inteligente – com desenhos bem feitos, limpos e “joviais”. Após acompanhar toda sua trajetória no título Ultimate Spider-Man (Marvel Millenium no Brasil – Sim, sou um DCnauta que lê o ultiverso Marvel religiosamente) tenho a dizer que o título está “garantido”. Quem ainda duvidar que procure alguma edição dos Vingadores ou mesmo Trindade, da DC, série protagonizada por Superman, Batman e Diana – Por sinal, é possível que Bagley tenha garantido seu lugar de destaque pelas edições em que a Liga aparaceu junto à tríade sagrada da DC. Atribuir o adjetivo “jovial” ao desenho de Bagley é reconhecer (ou admitir) uma tendência de retratar os heróis de forma esbelta e ágil – não interpreto como um vício. Acho que ele já provou se tratar de seu estilo, e nesse assunto, existe pouco a dizer sobre ser certo ou errado. É estilo e pronto (mas quem não concordar, evidentemente, pode compartilhar sua opinião conosco nos comentários). A DC andou deixando claro suas intenções de evidenciar seus heróis menos conhecidos que compõem o time, logo Víxen, Raio Negro e Zatanna devem estar em foco. Costumo dizer que a história se repete, andando em círculos, e a DC, no passado, já optou por uma medida parecida – a Era Detroit da Liga não chega a dar saudades, acredite. Mas uma releitura não é algo ruim. A idéia de explorar personagens do “segundo escalão” é uma proposta é boa, com muito potencial. Cabe ser feita do jeito certo. Parece-me que Robson e Bagley são os caras certos, na hora certa, na revista certa – espero, como demais DCnautas, aventuras interessantes e bem narradas. Potencial pra isso eles tem. Estou otimista.

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